quarta-feira, 28 de julho de 2010

Modernidade

Os tempos mudaram. Nada é mais como antes, basta olhar ao redor. Alguns dirão que avançamos, outros, que encontramos a liberdade. O século XXI é o marco que garante a continuidade de um tempo cheio de novos caminhos. Conseqüência da globalização, que hoje soa como o acordo de paz do mundo moderno, onde os quatro cantos da terra se unem com o único objetivo de satisfazer os desejos dos mais diversos públicos. O capitalismo não passa de uma forma legal de se ganhar o que não se encontra ao lado dos mais simples. A sofisticação é a marca do consumismo exacerbado, que se esconde atrás de nomes de doenças da modernidade, pois quando não tem mais força para controlar os impulsos surge mais uma peste humana, principalmente se o atingido tiver uma conta bancária gorda ou pertencer ao rol de astros da televisão.
Nossas preocupações não são as mesmas, perceberam? Nosso corpo precisa estar em forma, nosso carro precisa estar bem lavado, nossa casa sempre bem limpa e arrumada. Nosso salário precisa satisfazer nossos desejos mais ínfimos. Pois o sistema diz que se não existir prazer e comodidade não se é moderno... O que dizer dos grandes centros das grandes cidades... E os sites... E os sistemas bancários on line! Que maravilha! Olhe ao redor e veja quanta modernização! Veja como as comunicações tem nos levado a lugares altos! Temos que analisar com muito cuidado quando formos medir nosso crescimento, pois podemos ser tímidos demais diante de tanto avanço.
O bom senso parece ainda me acompanhar, diferente de muitos dos que fazem parte desta “sociedade do futuro”. Parece que estão todos cegos, não conseguem enxergar que um princípio que vem das construções deve ser revisto a cada tijolo que se coloca: o princípio da solidificação da base. Não há como se construir um bom edifício ou uma simples casa se o alicerce não tomar boa parte de nosso tempo. Contudo, não há tempo para isso, parece se ignorar que não se constrói nada de cima para baixo, parece lógico, mas é exatamente isso que falta no moderno homem da atual sociedade: raciocínio. Quantos filhos já se foram de entre nós por conta dos pais modernos? Quantos modernos já se foram por conta das drogas? Quantos modernos se foram pelo incontrolável desejo do álcool? Quantas mulheres e crianças estupradas e mortas pela lascívia do controlado homem de hoje? Quantas pessoas com futuro destruído por conta dos sonhos dos que possuem mais bens e poder nesta sociedade de selva de pedra? Sim, isso mesmo, eles estão escondidos nas cavernas que são suas casas. O homem capaz e global é o homem da idade da pedra revestido com um terno bem passado. A vontade solta... Incontrolável homem moderno!
Tudo que se vê neles é apenas uma simples camada de sujeira disfarçada de nobreza. Uma simples e nojenta superficialidade decorada, assim como os lindos centros profanados pela incontrolável sede de poder. O político continua roubando, enquanto os cinemas estão lotados para ver como o mocinho vencerá o bandido. Que pena! O sonho fica na sala fria e moderna, pois, lá fora, é bem diferente.
Estamos amordaçados, o malfeitor tem levado o dinheiro de nossos impostos, adquiridos com nosso suor e dedicação. Não temos voz nem vez, os que tentaram foram brutalmente assassinado. Como podemos dizer que chegamos à liberdade? Como podemos ficar em frente à televisão assistindo à novela? Como? Como podemos ser tão frios? Os comerciais do governo dizem que meu estado cresceu, não posso engolir isso! É mentira. Mas lá vem ele novamente tentar me convencer, depois de quatro anos ele me visita, lembra-se de mim. Nojento! Podre demais para suportar o cheiro! Sínico demais para tolerar! Nunca souberam administrar, sempre impuseram seu braço pesado, nos levam submissos pela força de suas armas e de seus matadores manipulados, pois não tem decência suficiente para governar por influência! Mas foi assim que cresceram os usineiros e os sedentos de injustiça de nossa política, debaixo de pressão. São pobres coitados que nunca tiveram sobre si a autoridade de verdade. Coitados! Coitados! Não conhecem o caminho do amor. Infelizes, não conhecem o caminho árduo dos trabalhadores de verdade! Segurança, educação, saúde e tudo mais é o reflexo dessa nojeira social política
O poeta é comprado, o eleitor bem mais antes. Sociedade moderna nunca houve! Como o moderno se evolveria em escândalos? Como o moderno compraria votos? Sujeira! Ratos de esgoto calem-se! Levante-se sociedade real, nós que precisamos ainda sobreviver, levantemo-nos! É tempo de mudar. Não se muda quando ninguém governa, se muda quando quem governa mostra, antes, dignidade e preocupação social.
Dignidade! Dignidade! Dignidade! Clama-se pelas ruas, quem ouvirá?

quarta-feira, 28 de abril de 2010

Identidade

Fomos feito corpo, alma e espírito, e Deus se preocupa com cada detalhe com o qual nos fez. Assim, sabe nossas fragilidades, fraquezas e defeitos, tanto na alma como no espírito e também no corpo.
Penso sobre o que realmente existe e o que ficará para sempre, de natureza eterna. Certa vez o apóstolo Paulo disse que o que se vê é algo que não subsistirá, mas o que não vemos permanecerá para sempre, intácto e nos esperando na glória eterna. Imaginemos nossas bases: as casas que construimos, o dinheiro que adquirimos e, simultaneamente, os anjos de Deus... Ambos se revelam em diferentes dimensões de nosso ser, os bens no físico, que comporta nosso corpo, e os anjos, em nosso espírito... Qual ficará para sempre? Para os anjos, as paredes não são nada, mas para nós...nos dão limites... Baseado nessa verdade, posso pensar como temos vivido nossas breves vidas.
A bíblia relata que há dois tipos de árvores que estão sempe diante de nós, a do conhecimento e a da vida... A do conhecimento Deus já liberou desde o Éden, a da vida, depois de Jesus. Mas, imaginemos... O homem está sempre querendo o conhecimento, os estudos, a pesquisa, o status, o reconhecimento... e lembro que são coisas que ficarão para trás na volta de Jesus, pois esse conhecimento não nos levará a Deus, pelo contrário, essa árvore traz enfado, confusão, mesmo sendo essencial em nossa vida. O problema é que muitos fizeram de seus diplomas suas identidades, suas razões de viver e assim, comprometem sua família, suas amizades, na verdade, deixam de lado a segunda árvore: a do relacionamento, o que realmente nos levará ao Senhor, a única coisa que fará diferença quando chegarmos no ceu. O ser humano perdeu seu relacionamento com Deus após quebrar uma aliança de amor, após negar um relacionamento com o criador, logo, aquele que está longe de Deus é declarado como morto, pois vida pode ser traduzida por relacionamento.
Não encaro isso como fábula, nem como um discurso religioso, muito menos tendencioso, mas escrevo com a convicção de que, queiramos ou não, há um mundo espiritual e nossa sociedade vem gastando seus penosos dias em falar de um Deus que nem ela mesmo conhece. Isso não por falta de oportunidade de conhecê-lo, pois tudo que vemos declara a grandeza de Deus, mas por não reconhecer que há um ser superior e que não estamos aqui para criar nosso próprio deus, que alimenta nossas vontades egoístas, mas há um Pai criador, que nunca pensou em colocar em nós qualquer tipo de sentimento nocivo, na verdade, sua essência foi-nos dada. Enquanto basearmos nossas vidas em nossas profissões ou desejos egoístas, nunca viveremos um relacionamento de amor com aquele que quer que, bem mais do que O estudar ou tentar colocá-lo no banco dos reus e fazê-lo de cobaia, anseia por uma vida de relacionamento sincero.
Imagine que um copo vazio nada mais é do que um copo vazio até o encherem de água, leite, ou qualquer outro líquido, quando então ganha uma identidade... Pois bem, assim somo nós, como copos vazios, que só serão realmente e verdadeiramente identificados quando estivermos cheios de Deus, de sua glória, restituídos de sua essência.

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

O Outro, minha prática ética

Não há como desprezar a existência do Outro como um ser significante em minha vida, usando-se ainda o Outro com O maiúsculo para fazê-lo presente mesmo na ausência. O jogo de palavras que se é feito com essa questão do eu e do outro exemplifica bem o que realmente se deve ser. Eu sou o Outro no eu de um outro ser.
Todos nós precisamos nos dar conta da presença do Outro ao nosso lado, pois temos uma responsabilidade sobre ele. Quando olhamos para a criação do mundo e o primeiro escândalo fatal da humanidade, que foi a morte de Abel por Caim, percebemos que o Criador chega até Caim e pergunta por seu irmão, vejamos:
“Disse Caim a seu irmão Abel: Vamos ao campo. Estando eles no campo, Caim se levantou contra seu irmão Abel, e o matou. Disse o Senhor a Caim: Onde está Abel, teu irmão? E ele respondeu: Não sei. Acaso sou eu guardador do meu irmão?” (GÊNESIS 4: 8,9)
Deus não perguntou por acaso, pois o tom e as palavras usadas por Caim declaram que o Criador procurava Abel em Caim, uma espécie de total responsabilidade, uma sintonia. É interessante notar que ao longo da história, narrada pelas sagradas escrituras, o Outro é visto de forma primordial, ao ponto do próprio Deus dizer que o homem não poderia viver só, ou seja, mesmo tendo Deus como convidado todo fim de tarde, como narra o autor do Gênesis (c.f. cap. 3 vers. 8), para conversar e trocar experiências, o homem precisava de uma companheira e aí vem a mulher, uma ajudadora, como está escrito a partir do versículo 18 do capítulo 2 do Gênesis, daí a criação do Outro.
Um dos grandes problemas da humanidade é saber lidar com esse Outro, também conhecido como próximo. Isso porque quando se há um outro fora de mim, então acaba minha solidão, meu mundo, minhas coisas, minhas belezas ou os meus ridículos, mas agora preciso reconhecer o valor e a importância de algo que parece comigo, que tem sonhos, desejos, necessidades e precisa tomar decisões, tudo isso igual a mim, com a faculdade de fazer ou não fazer, de acordo com seus conceitos e valores.
Essa convivência exige certo grau de respeito e esmero em cada atitude, sabendo-se do risco de andar sobre uma linha tão tênue. Nesse contexto podemos visualizar a questão do agir moral e eticamente correto. Quem dirá o que se dizer diante de determinada situação, ou de repente como falar. A discussão é sobre qual a real base para todo código de regras de uma sociedade e esse é um problema antigo, quando as culturas fazem não somente separações geográficas, mas ideológicas e relacionais. O nosso maior desafio é saber que o Outro não tem cor, não tem raça, não tem rosto, ele é simplesmente o Outro que é tão parecido comigo ao ponto de eu me confundir quando chega o meu limite no começo do dele, do Outro. Acima de qualquer código está o bom senso e a gentileza precisa.
Um dos grandes líderes que a humanidade já conheceu, Jesus Cristo, enquanto ensinava sobre a preciosidade da convivência, disse que o que devemos fazer com os outros é justamente o que queremos que eles nos faça, ou seja, o grau de responsabilidade me imposta baseia-se no que está no outro mas que é atribuído a mim; a reação do outro deve depender de mim, sem esperar que parta do Outro, até porque eu sou o outro para aquele eu, devo ser exemplo para ele.
Hoje, o homem conseguiu uma proeza que tem acabado com sua face, que tem destruído sua função tanto como eu tanto como Outro. A invasão da mídia em nosso cotidiano possibilita uma vida perfeita, onde tudo é bem organizado e o meu eu pode se camuflar ou até mesmo se expressar de forma aberta e espontânea, criando um mundo de responsabilidades fracas, ou, às vezes inexistente. Por exemplo, a grande responsabilidade que o homem pode assumir na vida e talvez nada, em nenhum momento da história passada ou vindoura possa superar, é o “termo assinado” no dia do casamento, onde se faz um contrato perante os homens e uma aliança entre as partes interessadas, um passa a ser responsável pelo outro e é justamente aí que percebemos o início do desabar do homem em relação a sua responsabilidade para com o Outro. Nossa sociedade indica um ponteiro sem antecedentes quando se fala em casamentos destruídos, quando se chega ao máximo de descompromisso com o Outro.
Ao agir pelos estímulos sugeridos por tecnologias que visam o afastamento físico, ou seja, a cúpula midiática inteira, o homem corre o risco de trilhar tanto um caminho de irresponsabilidade por si, como tutor de uma consciência, como também, e principalmente, pelo Outro, aquele que forma o meu eu, que modela o meu eu. Enfim, a presença do Outro me faz ser mais eu, me abre os olhos para como devo ser. Não posso esperar a ação do Outro para começar a agir, mas o fato de saber que o Outro é simplesmente eu, com desejos, necessidades e limitações me faz entender o porquê de somente podermos sobreviver se for em sociedade.

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

De novo

Lugares ermos, sensações conhecidas, sentimentos perseguidos, luz ainda acesa... O que fazer quando se quer voltar? Como encontrar a raiz da ilusão em sua essência quando o que se vê é a verdade chegando diante da face?
Saber que já está morto, mas ainda assim, querer ressucitar? Amar somente com as palavras consuetudinárias de sempre? Sempre dirimir a própria noção...
Não há como entender tanto desprezo por quem tanto se diz amar! Não dá pra conceber a realidade somente corroborá-la... Morrer é morrer e pronto, sem conversas controvérsias.

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Nosso Pai

Jesus veio reatar o laço entre o homem e Deus. Uns dos pontos principais dessa missão divina é a oração do Pai Nosso. Vejamos:
Umas das fortes características humanas é criar um sentimento de rivalidade e descomunhão com quem se "arruma" uma briga, não há mais contato, evita-se a proximidade e qualquer tipo de conversa. Dialogar é uma ação que demonstra quebra de barreiras, tanto psicológicas como físicas. Eu deixo minha solidão, meu individualismo e avanço para uma alteridade, para a valorização do próximo, de sua emoção e sentimentos, ou seja, esse próximo passa a ter um lugar em mim.
Quando Jesus nos ensina a falar com Deus, pois a oração aqui significa falar com Deus, está nos dando o caminho da reconciliação com o Pai, a maneira pela qual nos chegaremos ao Divino. Com isso, precisamos entender, também, que a relação que Deus quer é a que se assemelha a uma relação humana, pois Ele deixa seu caráter divino, por assim dizer, e desce de seu trono para se colocar em nível de humano, isso, em nome de um relacionamento.
Contudo, o ponto principal, e de início intrigante, é que a oração, ou seja, a conversa com Deus, não é individual, mas coletiva. Não mais meu Pai, mas "Pai nosso"; não mais a vontade do Senhor sobre mim, mas "venha a nós o teu Reino"; não mais agradecer ou pedir pelo meu pão, mas "o pão nosso de cada dia"; não mais o perdão do meu pecado, mas "perdoa os nossos pecados"; não mais eu ser livre do mal, mas "livra-nos do mal".
Não adianta conversar com Deus somente, não basta uma relação espiritualizada com Deus, mas sim uma inter-relação humana. Se não amamos nosso irmão, ainda estamos em trevas, na verdade, mortos, como disse Deus através de João.

terça-feira, 20 de outubro de 2009

Você

Mergulho no mais profundo oceano de mim, tentando te encontrar. Mas por que o silêncio nesse vazio? A presença de tua ausência é tão solidão! Será que a lembrança da partida de um avião poderia doer mais? Será que será? Sim será.
É tão gostoso saber que a causa da distância é tão nobre e que tudo vale a pena, inclusive a dor e as lágrimas, inclusive o choro e as obnubilações. Quem mais tem o prazer de te ter, mesmo quando longe? Quem? Somente eu.
As flores da primavera, a indecisão do outono, o calor do verão ou até mesmo o frio do inverno não são capazes de ser mais do que eu sou por você. Maior é a distância que nos une.
Esmeralda eterna em mim: você.

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Amar você

A lua brilha o céu, clareia a verdade que habita em meu coração, que insiste em lembrar de você, em pensar em você, em estar com você...em amar você.