sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Nosso Pai

Jesus veio reatar o laço entre o homem e Deus. Uns dos pontos principais dessa missão divina é a oração do Pai Nosso. Vejamos:
Umas das fortes características humanas é criar um sentimento de rivalidade e descomunhão com quem se "arruma" uma briga, não há mais contato, evita-se a proximidade e qualquer tipo de conversa. Dialogar é uma ação que demonstra quebra de barreiras, tanto psicológicas como físicas. Eu deixo minha solidão, meu individualismo e avanço para uma alteridade, para a valorização do próximo, de sua emoção e sentimentos, ou seja, esse próximo passa a ter um lugar em mim.
Quando Jesus nos ensina a falar com Deus, pois a oração aqui significa falar com Deus, está nos dando o caminho da reconciliação com o Pai, a maneira pela qual nos chegaremos ao Divino. Com isso, precisamos entender, também, que a relação que Deus quer é a que se assemelha a uma relação humana, pois Ele deixa seu caráter divino, por assim dizer, e desce de seu trono para se colocar em nível de humano, isso, em nome de um relacionamento.
Contudo, o ponto principal, e de início intrigante, é que a oração, ou seja, a conversa com Deus, não é individual, mas coletiva. Não mais meu Pai, mas "Pai nosso"; não mais a vontade do Senhor sobre mim, mas "venha a nós o teu Reino"; não mais agradecer ou pedir pelo meu pão, mas "o pão nosso de cada dia"; não mais o perdão do meu pecado, mas "perdoa os nossos pecados"; não mais eu ser livre do mal, mas "livra-nos do mal".
Não adianta conversar com Deus somente, não basta uma relação espiritualizada com Deus, mas sim uma inter-relação humana. Se não amamos nosso irmão, ainda estamos em trevas, na verdade, mortos, como disse Deus através de João.