domingo, 26 de julho de 2009

Bucolismo urbano, fútil humano... em mim

Fico imaginando a responsabilidade que carregam aqueles que já entraram em contato com o conhecimento e a sabedoria das ciências, a que circula pelas esquinas, nas universidades. Conhecimentos que vão às ruas, adquiridos por uma convenção de símbolos e que desembocam em palavras indo até aos discursos de alto padrão linguístico.
Ao ver a simplicidade daqueles que amam a terra e o conhecimento virtuoso dela... dela que existe em nossa essência e que após a morte nos terá de volta. Tem a companhia das matas e florestas, as plantações e os rios, a canoa e o velho candeeiro, o pote e o curral; sempre em busca da simplicidade de simplesmente viver, vivendo o que se é sem precisar aparentar aquilo que se quer ser.
Sim, nossa responsabilidade aumenta, pois temos as sementes das palavras: a gramática, os discursos e para completar... as máscaras para usarmos enquanto estivermos em sociedade. O dever de estar feliz para fazer felicidade; o dever de ser bonito para gerar beleza; o preconceito de ser branco para transpirar segurança, assim o é o homem.
Responsável por desenvolver fórmulas, por desenvolver cura e conhecimento. Responsável por escolher se compra uma roupa que custa duzentos reais ou se dá cinquenta centavos ao pedinte esfomeado. Responsável por desconfiar de tudo e de todos para não ser ferido e poder desfrutar do seu egoísmo e orgulho que nos destrói. Responsável por cuidar de um próximo que só existe até o momento em que sua opinião é lançada, assim é o ser humano. No fim, irresponsáveis tornam-se os que pensam ser humano.
“Por que o ser humano é tão difícil? Por que é tão difícil ser humano?”
Não há como ficar fora dessa realidade, aqui estou e não quero ficar, mas como deixar de ser humano quando ser humano se é? A parte que me cabe, agora, é fazer dormir esse leão que foi despertado pela discussão anterior, reconhecer que tudo que foi dito está dentro de mim e por tanta experiência pessoal não posso fugir.
A verdade é que há sempre uma saída para esse infortúnio, há um escape para humanos tão desumanos. Mas, infelizmente, quando temos uma oportunidade nas mãos, uma chance para mudarmos a rota, somos levados pelo vento tempestuoso de nosso legado... Sempre é mais fácil lavar as mãos. É geralmente um beijo que antecede uma traição.
São tantas estradas... tantos papéis para interpretar no teatro... tantos corações em jogo... tantos sentimentos em vida...tantos laços de morte... tantas tentativas!!!
Ser humano é uma aventura por caminhos invisíveis aos olhos, mas duros de serem encarados.


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